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Centrais sindicais protestam em por redução de juros no Brasil

Apesar dos cortes recentes, os sindicalistas argumentam que a taxa de juros no Brasil continua excessivamente alta.

Fábio Wellington de Morais

18 de junho de 2024 às 17:21


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Centrais sindicais realizaram um ato nesta terça-feira (18) na Avenida Paulista, centro de São Paulo, pedindo a redução da taxa básica de juros (Selic). O protesto ocorreu em frente ao prédio do Banco Central (BC) e contou com bandeiras, carros de som e críticas direcionadas ao presidente da autoridade monetária, Campos Neto.

Contexto da reunião do Copom

Hoje marca o início da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) para deliberar sobre os juros básicos da economia. Na última reunião, realizada no início de maio, o Copom optou por reduzir a taxa pela sétima vez consecutiva, fixando-a em 10,5% ao ano. No entanto, o ritmo de corte diminuiu significativamente. Entre agosto do ano passado e março deste ano, o Copom vinha reduzindo os juros em 0,5 ponto percentual a cada encontro. Na última decisão, o corte foi de 0,25 ponto percentual.

 
Sindicatos / Foto: Agência Brasil



Posição dos sindicalistas

Apesar dos cortes recentes, os sindicalistas argumentam que a taxa de juros no Brasil continua excessivamente alta. Neiva Ribeiro dos Santos, presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região, expressou preocupação: "Ainda é muito alto. Não dá para o Brasil fazer investimento". Para Neiva, os altos juros direcionam recursos para especuladores financeiros em detrimento do bem-estar da população: "A cada ponto percentual mantido nesse patamar, são R$ 38 bilhões na dívida pública. Dinheiro que poderia estar sendo investido em saúde, educação, infraestrutura, está sendo usado para pagar juros a um grupo de bilionários".

A líder sindical também ressaltou que as altas taxas de juros têm impacto direto no endividamento das famílias brasileiras.

Tendência de manutenção

A ata mais recente da reunião do Copom não indicou uma tendência de novos cortes na taxa de juros. Membros do comitê demonstraram preocupação com as expectativas de inflação, que estão acima da meta estabelecida, considerando um cenário macroeconômico desafiador.

A meta de inflação, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3% para este ano, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Expectativas do mercado


Segundo o Boletim Focus, divulgado na segunda-feira (17) pelo Banco Central, os analistas e executivos das instituições financeiras demonstram expectativa de que os juros se mantenham no patamar atual nas próximas decisões do Copom.

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