O governo brasileiro emitiu nesta quarta-feira (26) uma nota oficial repudiando veementemente a tentativa de golpe de estado em curso na Bolívia, caracterizada pela mobilização irregular de tropas do Exército. O Ministério das Relações Exteriores manifestou preocupação com o episódio, classificando-o como uma clara ameaça ao Estado democrático de Direito no país vizinho.

"O Governo brasileiro condena nos mais firmes termos a tentativa de golpe de estado na Bolívia, que representa uma grave violação da ordem constitucional", afirmou a nota oficial divulgada pelo Itamaraty. O texto expressa solidariedade e apoio ao presidente boliviano Luis Arce, assim como ao governo e ao povo bolivianos diante da atual crise política.

Em seu comunicado, o Ministério das Relações Exteriores destacou que o Brasil estará em constante interlocução com as autoridades legítimas da Bolívia e com os demais países da América do Sul para repelir qualquer ameaça à democracia na região. A nota reafirma o compromisso do Brasil com a plena vigência da democracia e respeito à ordem constitucional, princípios fundamentais para a estabilidade política e social na América Latina.

Além disso, o Itamaraty ressaltou que os acontecimentos na Bolívia são incompatíveis com os compromissos assumidos pelo país perante o Mercosul, conforme estabelecido no Protocolo de Ushuaia sobre Compromisso Democrático. Esse protocolo, assinado em 1998, estabelece que a ruptura da ordem democrática em um dos países-membros constitui motivo para suspensão do direito de participação no bloco regional.

Anteriormente, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva havia se manifestado sobre a situação na Bolívia, enfatizando seu apoio à democracia na região. "Como sou um amante da democracia, quero que a democracia prevaleça na América Latina. Golpe nunca deu certo", declarou Lula durante um evento em Brasília, evidenciando sua preocupação com os rumos políticos no país vizinho.

Enquanto a comunidade internacional observa atentamente os desdobramentos na Bolívia, o Brasil e outros países da região articulam esforços para garantir a estabilidade institucional e a defesa dos princípios democráticos, fundamentais para o desenvolvimento e a paz na América do Sul.