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Declínio histórico: Sindicalização no Brasil atinge o menor patamar EM 10 anos

A pesquisa também revelou diferenças na sindicalização entre homens e mulheres.

Fábio Wellington de Morais

21 de junho de 2024 às 21:25


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O Brasil registrou em 2023 o menor número de sindicalizados desde que o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) começou a monitorar os dados, em 2012. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua - Características Adicionais do Mercado de Trabalho 2023, divulgada nesta sexta-feira (21) no Rio de Janeiro, apenas 8,4 milhões de trabalhadores brasileiros estavam filiados a alguma entidade sindical no último ano.

Esse número representa uma queda de 7,8% em relação a 2022, o que equivale a uma redução de 713 mil filiados. Ao longo da década, a sindicalização entre os trabalhadores caiu drasticamente, passando de 16,1% do total de pessoas ocupadas em 2012 para apenas 8,4% em 2023.

A implementação da reforma trabalhista, através da Lei Federal 13.467/2017, é apontada pelos pesquisadores do IBGE como um dos fatores que podem ter contribuído para essa diminuição. Com a reforma, a contribuição sindical tornou-se opcional e houve um aumento na flexibilização dos contratos de trabalho.

Mesmo com a recuperação do mercado de trabalho nos últimos anos, após um período de recessão, a sindicalização continuou a declinar. Em 2023, a população ocupada atingiu 100,7 milhões de pessoas, o maior número desde 2012.

Setores e Regiões Afetados

Os setores que tradicionalmente apresentavam altas taxas de sindicalização também não escaparam da tendência de queda. O setor público, por exemplo, que historicamente registra uma forte presença sindical, teve uma redução significativa: de 28,1% em 2012 para 18,3% em 2023.

Entre os setores que mais registraram quedas na sindicalização estão transporte, armazenagem e correio, com uma diminuição de 12,9 pontos percentuais ao longo da década, e indústria geral, que teve uma redução de 11 pontos percentuais.

A agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura, que historicamente possuem uma forte ligação com sindicatos de trabalhadores rurais, também viram uma diminuição na sindicalização, caindo de 22,8% para 15%.

Gênero e Região

A pesquisa também revelou diferenças na sindicalização entre homens e mulheres. No Brasil, 8,5% dos homens ocupados são sindicalizados, enquanto entre as mulheres a proporção é ligeiramente menor, de 8,2%.

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