O Brasil enfrenta um desafio significativo com o aumento de casos de dengue, que já chega em cerca de 6,3 milhões de casos prováveis relatados, dos quais mais de 3 milhões foram confirmados em laboratório. Esses números alarmantes colocam o país no topo da lista de nações com maior incidência da doença em 2024, seguido pela Argentina com 420 mil casos prováveis, Paraguai com 257 mil casos prováveis e Peru com 200 mil casos em investigação.
Os dados fornecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam uma tendência preocupante de aumento de casos de dengue em todo o mundo, com mais de 7,6 milhões de casos prováveis registrados globalmente este ano, resultando em mais de 3 mil mortes. A situação é particularmente grave nas Américas, onde o número de casos ultrapassou os 7 milhões, superando os registros de todo o ano de 2023. 90 países já registram casos de dengue.
Mosquito da dengue / Foto: Reprodução
A OMS destaca a detecção dos quatro sorotipos de dengue nas Américas neste ano, com vários países, incluindo o Brasil, relatando a circulação simultânea desses sorotipos. No entanto, muitos países ainda carecem de mecanismos robustos de detecção e notificação, o que subestima o verdadeiro impacto da dengue em escala global, evidenciando a necessidade de uma vigilância mais eficaz e em tempo real.
VACINAÇÃO
Em relação à vacinação, a OMS enfatiza a importância da vacina contra a dengue como parte de uma abordagem integrada para combater a doença, juntamente com o controle de vetores e a gestão adequada dos casos. A vacina recomendada pela entidade, TAK-003, desenvolvida pelo laboratório japonês Takeda, começou a ser aplicada no Brasil em fevereiro deste ano, priorizando crianças e adolescentes de 10 a 14 anos devido à disponibilidade limitada de doses.
OUTRAS DOENÇAS
Além da dengue, a sobreposição de casos de outras arboviroses, como chikungunya e zika, representa um desafio adicional de saúde pública. A falta de sistemas de vigilância eficazes para essas doenças ressalta a necessidade de uma abordagem mais abrangente e coordenada para monitorar e controlar sua propagação.
A expansão da vigilância para monitorar simultaneamente os três vírus pode fornecer informações valiosas às autoridades de saúde pública, permitindo uma avaliação mais precisa do impacto de cada doença e otimizando a alocação de recursos para intervenções mais eficazes. Até o momento, foram registrados mais de 250 mil casos de chikungunya e quase 7 mil casos de infecção pelo vírus Zika em todo o mundo em 2024, destacando a necessidade contínua de vigilância e ação preventiva.