A descoberta de mais uma tentativa irregular de venda de uma joia oferecida pelo governo saudita ao Brasil durante o mandato de Jair Bolsonaro veio à tona por meio de diligências conduzidas em colaboração entre a Polícia Federal (PF) e o departamento de investigação dos Estados Unidos, o FBI. A nova peça foi localizada em uma loja que já havia registrado vendas de outros presentes destinados à União, embora ainda não esteja confirmado se chegou a ser comercializada.
O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, durante uma coletiva de imprensa nesta terça-feira (11), ressaltou que essa descoberta pode agravar a situação dos investigados, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Este último está sob investigação por suposto desvio de joias ofertadas como presentes oficiais pelo governo saudita, seguido de sua venda e ocultação dos valores, visando enriquecimento ilícito.
Rodrigues acrescentou que até o próximo mês, a PF pretende concluir três investigações que envolvem Bolsonaro. "Nossa expectativa é encerrar, até junho, as investigações sobre joias e [cartões] vacinas [falsos], e até julho, a investigação sobre o golpe [8 de janeiro]", afirmou. Bolsonaro, que nega veementemente qualquer envolvimento nos crimes, foi considerado inelegível até 2030 pelo Tribunal Superior Eleitoral, por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante a campanha presidencial de 2022.
Além disso, o diretor-geral da PF revelou que cerca de 180 pessoas envolvidas nos ataques aos prédios dos Três Poderes em Brasília, ocorridos em 8 de janeiro de 2023, estão foragidas, e estima-se que entre 50 e 100 delas possam estar refugiadas na Argentina. Embora tenha destacado a cooperação positiva com as autoridades argentinas, Rodrigues ressaltou que as prisões dependerão de negociações entre os sistemas judiciais dos dois países.